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AS ILUMIARAS DOS COROS

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Como apresentar-se adequadamente no mercado editorial brasileiro?

Não se está preocupado aqui em digerir, sintetizar uma determinada proposta de linha editorial.

Trata-se de uma efetiva apresentação, afirmação de uma identidade perante outros olhos.

Então, a melhor maneira de fazer as devidas introduções será trazer as tratativas às diretas.

A OIA é uma editora nordestina, à despeito de sua localização paulistana. Num breve exercício de analogia, pode-se considerá-la uma representação diplomática do Nordeste noutras terras. Afirmar isso nos leva a carecer de maiores, e melhores, delineamentos, ainda sob outros olhos – os nossos termos fixos em nossa identificação –, podendo assim antecipar algumas questões.

A Oia Editora publica apenas autoras e autores do Nordeste?

Não.

Ao pleitear para si uma identidade nordestina, não estamos delimitando nossa linha editorial. Pelo contrário, a intenção aqui é expandi-la. Ao tomar para si o Nordeste à frente, afirma-se uma, das várias, maneiras de identificações nacionais possíveis. Quando afirma, somos Nordeste (!), a OIA editora expõe uma faceta das várias brasilidades, tendo em vista a identidade nacional, da maneira compreendida por esta, não se tratar de um bloco único, imutável e, provavelmente, cinzento e estereotipado. Para a OIA editora, compreende-se a identidade brasileira a partir de uma perspectiva em mosaico. Peças menores compondo o retrato do todo. Próximas, estas peças são individuais, assimétricas. Da união destas assimetrias, compõe-se um todo. O próprio Nordeste, uma ilusória simetria entre nove peças, únicas em seus desconjuntamentos, histórias, sotaques e faces, componente de um outro todo. Qual exatamente não ousaríamos uma tentativa de explanação aqui, embora seja algo sobre pertencimento.

Seria então, a OIA, uma editora regionalista?

Absolutamente não.

 

Primeiramente é importante diferenciar o Regionalismo, como movimento de uma das ondas de modernismos ocorridas na década de 20, no século passado, com a maneira sobre a qual perpetuou-se o termo, geralmente mal-empregado.

 

A percepção trazida, pelo atual uso do termo Regionalista, parece desagregar o texto escrito do componente de identidade nacional. Por que uma obra passada nas grandes cidades do Sul-Sudeste não recebem este termo? Afinal, também são recortes de um todo, retratos específicos das maneiras de uma região expressar-se.

O termo carrega consigo, por este motivo, uma ênfase sobre o cenário estático de uma determinada obra, ignorando assim o eixo estético, o desenvolvimento lírico, seja em prosa ou poesia, de um livro.

Desta maneira, saliente-se mais uma vez, não se trata de uma editora com interesse em segregar-se de alguma maneira. É o oposto disso, embora esta perspectiva de brasilidades será analisada por uma equipe ciente de suas origens, as quais estarão sim na forma de analisar os originais recebidos.

 

Todos os brasis são bem-vindos aqui.

 

Isso tem influência sobre o trato estético das obras?

  • Cada projeto editorial da OIA é único;

  • Sempre será respeitado o que pede o texto em si;

  • Sempre a busca insistente que a obra tenha personalidade e vida própria;

  • Habemos um livro, acima de Habermos sopas de egos;

  • Uma OBRA produzida, editada e revisada de forma singular, é obsessão;

  • Não se trata de impor uma estética sobre as obras trabalhadas;

  • Cada projeto recebe tratamento individual, levando em conta as referências de cada livro, bem como a origem e histórias das autoras e autores, num trabalho coordenado, democrático e integrado entre estes e nossa equipe;

  • Reitere-se, todos os brasis são bem-vindos aqui;

  • Nosso compromisso é com a literatura!

  • Nosso esforço é para com nossos autores e autoras!

  • Nossa fascinação é a de conquistar novos leitores para a literatura brasileira.

Então por que esta afirmação sobre nordestinidade?

Poderíamos responder aqui sobre todo um trato crítico-sociológico, mas não é nossa intenção. Por ora, pode-se afirmar apenas: gostamos de subversão, seja ela estética, literária, linguística, estrutural.

Conhecendo o percurso de tantas e tantos neste meio, sabemos da vontade em um dia publicar por uma editora situada nos, tidos por, grandes centros financeiros e culturais. Então por que não subverter a ordem? Uma editora, gerida por um grupo de nordestinos e nordestinas, publicando o Brasil.

 

Mais uma vez, todos os brasis bem-vindos aqui.

 

Mas e para vocês?

 

Todos os brasis são bem-vindos aí?

 

Com isso, nos despedimos e vos aguardamos.

 

Bem-vindas e bem-vindos à OIA Editora.

 

Casa Nordeste de todos os Brasis.

Thiago Medeiros

Diretor de Publicações da OIA editora

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